José Ataide


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Após quarta derrota consecutiva, Eduardo Barroca não resiste e é demitido pelo Botafogo

Após a derrota para o Fluminense por 1 a 0 neste domingo, a quarta consecutiva no Campeonato Brasileiro, Eduardo Barroca não resistiu e acabou demitido pelo Botafogo. O vice-presidente de futebol do clube, Gustavo Noronha, anunciou à imprensa após reunião da diretoria. Bruno Lazaroni será o treinador interino da equipe na próxima partida, contra o Goiás, na próxima quarta-feira.

Contratado em abril, o treinador começou muito bem. Justamente as quatro primeiras rodadas do Brasileiro – venceu três jogos – que deram estabilidade e prestígio imediato a Barroca.

Barroca, técnico do Botafogo — Foto: André Durão

Barroca, técnico do Botafogo — Foto: André Durão

Adepto de um jogo baseado na posse de bola, Barroca iniciou o trabalho conseguindo altos índices no quesito. Depois, com a ausência de resultados, tentou novas alternativas, mas jamais encontrou a regularidade do início do Brasileirão.

Confira outros trechos da coletiva de Gustavo Noronha:

O que fez vocês trocarem de ideia em relação à continuidade, já que no último dia 27, o gerente de futebol Anderson Barros reforçou a confiança na permanência de Barroca?

– Confiança no trabalho do Eduardo Barroca sempre existiu, o conhecemos há muito tempo, é vencedor na base do Botafogo e por onde passou. Fez um grande trabalho no Corinthians, a saída dele foi lamentada no Corinthians. Mas a gente vinha de uma sequência muito negativa, quatro derrotas nesse segundo turno. Houve um consenso na diretoria de que nesse momento precisávamos de uma mudança.

Qual o pensamento da diretoria em relação ao novo técnico. O perfil é de um profissional mais voltado à gestão do vestiário ou para mudar a equipe taticamente?

– Conversamos muito com o Anderson, que é o nosso diretor técnico e que de fato comanda essa área técnica do Botafogo. O Botafogo tem há muito tempo adotado uma política de profissionalismo. Não é uma diretoria que toma decisões abruptas ou precipitadas.

– Não vamos buscar o profissional A, B ou C porque o presidente ou o vice de futebol querem. As decisões são tomadas de acordo com os nossos atletas e com a montagem que foi feita do nosso elenco. Vamos buscar um profissional adequado com a nossa forma de jogar.

Em relação a essa busca do novo técnico, vocês já têm conversado a respeito de nomes? Já discutiram com os jogadores essa questão?

– Com relação ao perfil de treinador, a gente vem conversando já há algum tempo, não são conversas recentes. Porque já conversamos sobre isso várias vezes ao longo da nossa trajetória, tivemos algumas conversas. Sabemos como Anderson pensa e a filosofia do Botafogo. Temos limitação orçamentária. Não discutimos com os jogadores nenhum perfil, seria absolutamente desrespeitoso com o profissional que acabou de dirigir o Botafogo nessa última partida. Esse não é o nosso caminho.

Por que você, que não vinha aparecendo tanto e recebeu críticas por isso, fez o comunicado e não o Anderson Barros?

– Em relação à escolha de um pronunciamento meu, eu tive uma viagem profissional há pouco tempo. Por isso não estive nos últimos 15 dias aqui. Claro que vinha comandando o departamento, tomando decisões e participando de todo o processo. Houve

– Vocês sabem que os jogadores protestaram de não fazer entrevistas nessa sala por conta de atrasos de remuneração, situação que a gente está trabalhando muito para resolver. Mas sou dirigente do clube e tenho obrigação de expor os nossos patrocinadores em todo o momento. Por isso a escolha de falar nesse ambiente em respeito aos patrocinadores.

A situação financeira vai pesar para a escolha do novo treinador?

– Botafogo tem que viver com a sua realidade orçamentária. Claro que vai se fazer um esforço, o Botafogo precisa encontrar um caminho. Mas sem fazer loucuras. Vocês já estão acostumados. O Botafogo vem trabalhando sem fazer novas dívidas. Se formos ver o perfil de endividamento do clube, as últimas gestões não vêm aumentando a dívida do clube. Vêm sim diminuindo e transformando o clube em uma situação gerenciável.

Noronha usa termo em inglês para dizer que Botafogo não fará loucuras em respeito aos possíveis investidores

– Esse projeto de transformar o futebol numa S/A nos guiando por novos membros de profissionalismo e mercado. Se nós não fizéssemos essa trajetória, o Botafogo não seria atrativo e não conseguiria dar esse passo.

– Para dar esse passo, faz parte desse processo manter o “Regular Course of Business”, que é uma expressão que se diz no mercado. Não poderíamos contratar agora, por exemplo, um treinador de R$ 1 milhão por mês. Investidores olhariam para cá e diriam que não faz sentido dentro do planejamento do clube que tome esse tipo de direcionamento nesse momento às vésperas da aprovação do projeto.

– Os investidores disseram a nós: “Não esperamos uma loucura de vocês”. Por exemplo: o Botafogo, sem orçamento, pensa em uma contratação de um treinador caro. Os investidores usaram conosco o termo do Regular Course of Business, para não sair desse curso de responsabilidade.

O Barroca, apesar de conhecer muito o grupo, é jovem. Tem 37 anos. Vocês procuram um profissional mais experiente?

– Com experiência sem dúvidas, mas não reputo Barroca como um profissional inexperiente. É altamente qualificado. Se a perguntado for experiente no sentido de idade, não é um pré-requisito.

Fonte: Globo Esporte