José Ataide


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Após dois jogos na Arena, Vitória anuncia volta ao Barradão em “partidas de menor apelo”

Barradão vai receber partidas do Vitória de menor apelo — Foto: Gustavo Castellucci

Barradão vai receber partidas do Vitória de menor apelo — Foto: Gustavo Castellucci

Após meses de negociação e, enfim, celebração do contrato para mandar partidas na Arena Fonte Nova nas próximas três temporadas, o Vitória resolveu dar um passo atrás. Na noite desta terça-feira, o Vitória divulgou uma nota, assinada pelo presidente Paulo Carneiro, na qual informa que vai voltar a mandar “partidas de menor apelo” no Barradão.

– O Esporte Clube Vitória torna público a decisão de mudar alguns dos seus mandos de campo da Arena Fonte Nova para o Estádio Manoel Barradas. Devido ao delicado momento técnico e financeiro que o clube se encontra, presumivelmente, partidas de menor apelo não terá atração de um grande público à Arena, que notadamente tem um custo de operação maior que o estádio Manoel Barradas – diz o texto divulgado pelo clube.

A decisão foi tomada após a realização de dois jogos na Arena Fonte Nova. A estreia no estádio foi contra o Guarani, no dia 14 de setembro, um sábado. A partida teve bom público: 17.531 pagantes, número que levantou expectativas otimistas em relação à mudança de estádio. A renda daquele confronto foi de R$ 248.717,46. O jogo seguinte, no entanto, desapontou. Diante do Atlético-GO, 10 dias depois, apenas 6.428 pagantes estiveram presentes, o que gerou um prejuízo de R$ 81.130,17.

Público e renda – Vitória na Fonte Nova

Partida Pagantes Renda
Vitória 0 x 1 Guarani 17.5331 R$ 248.717,46
Vitória 0 x 0 Atlético-GO 6.428 R$ -81.130,17

Nesta tarde, já havia sido confirmado que a partida contra o Oeste, marcada para o dia 8 de outubro, seria realizada no Barradão, a pedido do Vitória. Procurada pelo GloboEsporte.com, a assessoria de imprensa do clube afirmou que não houve um motivo especial para a alteração.

Nota oficial do Vitória

“Comunicado Oficial

O Esporte Clube Vitória torna público a decisão de mudar alguns dos seus mandos de campo da Arena Fonte Nova para o Estádio Manoel Barradas.

Devido ao delicado momento técnico e financeiro que o clube se encontra, presumivelmente, partidas de menor apelo não terá atração de um grande público à Arena, que notadamente tem um custo de operação maior que o estádio Manoel Barradas.

Ainda com relação a questão técnica, os jogadores foram ouvidos em reunião na segunda à tarde, dia 30/09, e manifestaram aprovação pela mudança.

Por sua vez, a direção da Arena Fonte Nova, sensível ao difícil momento do clube, anuiu ao pleito rubro-negro que reiterou a intenção de continuar a mandar jogos na Arena Fonte Nova.

Vale lembrar que os confrontos com o Londrina e Coritiba já estavam previamente programados para acontecer no Barradão e que o contrato com a Fonte Nova em sua fase inicial previa esse tipo de flexibilização.

Com relação aos planos, o regulamento atual já prevê o mando de campo nas duas casas rubro-negras, sendo que os sócios Diamante terão no Estádio Manoel Barradas a exclusividade da Tribuna de Honra.

O Esporte Clube Vitória encerra agradecendo a toda diretoria da Arena Fonte Nova pela enorme compreensão e sensibilidade.

Paulo Roberto de Sousa Carneiro

Presidente do Conselho Diretor”

Entenda o caso

Arena Fonte Nova recebeu partida entre Vitória e Atlético-GO no último dia 24 — Foto: Letícia Martins/EC Vitória

Arena Fonte Nova recebeu partida entre Vitória e Atlético-GO no último dia 24 — Foto: Letícia Martins/EC Vitória

A relação entre Arena Fonte Nova e Vitória teve momentos de tensão nesta temporada, desde que o presidente Paulo Carneiro assumiu a gestão do clube. Ainda em campanha, Carneiro havia demonstrado interesse em mandar partidas na Arena, motivado, principalmente, pela crise econômica que atinge a Toca do Leão. Em dificuldades financeiras, a atual administração rubro-negra avaliava que atuar na Arena seria mais rentável e reduziria os custos de manutenção com o Barradão.

As negociações entre as partes se alongaram desde maio, e a assinatura do contrato demorou a ser oficializada. As cobranças por uma posição do consórcio se tornaram frequentes por parte da direção do Vitória, que chegou a adotar um tom mais duro ao tratar das negociações. Em uma postagem nas redes sociais, Paulo Carneiro chegou a acusar consórcio e Governo do Estado de privilegiarem o Bahia, que manda partidas na Fonte Nova desde 2013.

Na mesma época, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, negou qualquer privilégio e demonstrou interesse em um possível acordo entre Vitória e Arena, o que poderia, segundo o dirigente, auxiliar o Tricolor a ter melhores condições contratuais, caso o Rubro-Negro assinasse um contrato mais vantajoso. A declaração de Bellintani foi apoiada no princípio de isonomia, que obriga a Fonte Nova a tratar os dois clubes de forma igual.

A celebração do contrato, enfim, foi anunciada em 9 de setembro.

Fonte: Globo Esporte